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Não vemos o Brics como um bloco rival, diz governo dos EUA

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O governo americano não vê o Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, como rivais geopolíticos dos Estados Unidos ou de quaisquer outros países, afirmou nesta terça (22) o conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, Jake Sullivan.

Ele disse que o bloco é muito diverso “em sua formação atual”, e destacou que os países membros têm visões divergentes em temas como a Guerra da Ucrânia.

“Da nossa perspectiva, vamos continuar a trabalhar nas relações fortes e positivas que temos com Brasil, Índia e África do Sul”, disse Sullivan a jornalistas.

A cúpula do Brics começou nesta terça, em Joanesburgo, na África do Sul. O principal debate entre os membros é a expansão do bloco. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Indonésia e Argentina seriam os candidatos mais fortes a entrar no grupo, mostrou reportagem da Folha.

Mais cedo, Lula negou que o Brics sejam um contraponto ao G7, grupo formado pelos países desenvolvidos, Nem ao G20, nem aos EUA.

“A gente quer criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu. O Sul Global… Nós sempre fomos tratados como se fôssemos a parte pobre do planeta, como se não existíssemos. Nós sempre fomos tratados como se fôssemos de segunda categoria. E de repente a gente está percebendo que podemos nos transformar em países importantes”, declarou o petista, durante uma transmissão nas redes sociais.

A ampliação do bloco para fazer frente às potências ocidentais é defendida pela China. No entanto, como a Folha mostrou, essa hipótese é rechaçada por Brasil e Índia, porque esse desenho seria encarado como uma aliança anti-Ocidente e antagonista aos Estados Unidos e ao G7.

Na semana passada, em um trunfo diplomático, Biden recebeu os chefes de Estado de Japão e Coreia do Sul em um encontro histórico em Camp David para firmar uma cooperação militar e econômica entre os três países. A iniciativa foi classificada por porta-vozes chineses como uma “mini-Otan”.

Nesta segunda, Sullivan conversou com Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais. Segundo Sullivan, eles trataram da possibilidade de Biden e Lula se encontrarem paralelamente à Assembleia-Geral da ONU, que acontece em Nova York no próximo mês, e sobre iniciativas de interesse de ambos os presidentes relacionadas à promoção de direitos trabalhistas.

 

*FOLHAPRESS

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