Política

Lira libera presença da bancada do RS, mas parte opta por ficar em Brasília

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), liberou os parlamentares do Rio Grande do Sul de estar em Brasília nesta semana, mas parte da bancada de deputados e senadores optou por ficar na capital federal, ação que dizem considerar mais útil em prol do estado.

“Lá você não vai ajudar em nada, lá você vai ficar tirando foto”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS), que diz ter embarcado no último voo de Porto Alegre para Brasília na sexta-feira (3), após os parlamentares gaúchos deliberarem ser mais efetivo estar na capital federal.

Paim foi o relator, no Senado, do decreto do presidente Lula (PT) reconhecendo estado de calamidade pública em parte do país, com vistas a facilitar a liberação de verbas para o Rio Grande do Sul. Na Câmara, o texto foi relatado pelo deputado Osmar Terra (PL), também gaúcho.

O senador do PT ainda foi escolhido para presidir a comissão externa criada pelo Senado para acompanhar a crise causada pelas chuvas no Sul. Na tarde desta quarta-feira, subiu para 100 o número de mortos na tragédia do Sul.

“Os recursos estão aqui, o governo do Estado está fazendo o que pode, os prefeitos estão fazendo o que podem, agora nós temos que dar a nossa contribuição, que é aqui, no Congresso, a partir da iniciativa do Parlamento e no próprio Executivo”, diz Paim. “O pessoal também acha que eu tenho que ficar aqui, porque ajudo muito mais ficando aqui do que lá, onde seria mais uma multidão.”

Ele diz que uma das intenções da comissão é ir ao Rio Grande do Sul futuramente, mas não para fazer sobrevoos e visitas, e, sim, para ouvir in loco as reivindicações, a partir de um cenário mais cristalizado.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) também disse considerar ser mais útil em Brasília do que no Rio Grande do Sul. “Lá só vamos criar confusão.”

Na Câmara, parte da bancada gaúcha de deputados se reuniu com Lira em Brasília para discutir medidas de auxílio ao estado, na terça-feira (7). Nesta quarta (8), o plenário da Casa também aprovou a criação de uma comissão externa para acompanhar a situação do Rio Grande do Sul.

O deputado Pompeu de Mattos (PDT-RS) disse que saiu de carro de Ijuí (RS), sua base eleitoral, no sábado, encontrando oito barreiras rumo a Porto Alegre. “Levei 12 horas e meia para fazer um percurso que faço normalmente em 4 horas”, afirmou.

Pompeu acompanhou a visita que Lula fez ao estado no domingo e, na segunda (6), embarcou na Base Aérea de Canoas para Brasília em avião da FAB (Força Aérea Brasileira), juntamente com ministros que estavam no estado. O aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, foi alagado e está fechado por tempo indeterminado.

“Tinha que estar aqui [em Brasília] até para transmitir aos colegas deputados o caos que está por lá”.

Pompeu afirmou que pretendia voltar ao estado ainda nesta quarta, mas que como seu apartamento em Porto Alegre está sem luz e água, iria para uma casa que tem no litoral.

Alguns deputados federais ficaram no estado esses últimos dias. Franciane Bayer (Republicanos-RS) afirma que a sua casa e a de sua mãe foram alagadas em Canoas, e que foram resgatadas de barco.

“Na sexta-feira, eu precisei evacuar a minha casa, a água chegou praticamente no telhado, em Canoas, na cidade onde eu moro. Depois eu fui para residência da minha mãe, onde segunda-feira precisei ser resgatada de barco com a família”, disse.

Bayer está atuando como voluntária em um abrigo em Canoas.

“Esse tipo de tragédia, que a gente só ouvia falar e sem vivenciar, a gente não compreende. Nas enchentes de setembro eu fui como voluntária também para o Vale Taquari ajudar na limpeza, na reconstrução, e as pessoas atingidas falavam da dor”, diz a deputada.

“Por mais que a gente se coloque no lugar, acho que só vivendo o que a gente tá vivendo é que a gente consegue compreender, não é pela questão do bem material, porque tudo isso a gente vai trabalhando e conquistando, mas é a tua história de vida, a construção da tua família no teu lar, e isso mexe muito com as pessoas.”

Bibo Nunes (PL-RS) também afirma estar ajudando, “participando ativamente, dando apoio logístico e também mostrando como é que está a situação”.

“Estou andando por tudo, estou vendo a realidade, está tudo coberto, uma tragédia no Rio Grande do Sul, não se anda para lugar nenhum, não sai da cidade, estamos ilhados, caos total.”

*FOLHAPRESS

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