Um manifesto que vai ser divulgado durante o Festival Literário de Araxá, escrito por nomes como Milton Hatoum e Chico Buarque, propõe aumentar a circulação de ideias entre os autores de língua portuguesa ao redor do mundo.
“A língua não é um conceito geopolítico, a língua é a forma de nos fazermos entender, de pensar e de viver”, diz o texto.
A proposta é criar um movimento entre os artistas e comunidades que falam o idioma para intensificar o fluxo de cultura e ideias entre seus países, independentemente dos seus respectivos governos.
“A língua será tão mais viva quanto mais formos mais capazes de dialogar e fazer circular os nossos pensamentos, livros, canções, espetáculos e demais formas de expressão artística”, continua o manifesto.
“Tivemos essa ideia baseada numa coisa muito simples. Criar sinergia entre os autores de língua portuguesa, e não entre Estados e instituições, como a lusofonia se movimentou nesse tempo inteiro e fracassou”, afirma Afonso Borges, idealizador da Fliaraxá e outro dos autores por trás da carta, que também contou com a colaboração do escritor Sérgio Rodrigues, colunista deste jornal.
O texto não tem objetivo de pressionar pela unificação da língua portuguesa, como propõe o acordo ortográfico que completou uma década em vigor ano passado – o próprio Borges comenta que a grande maioria dos autores de fora do Brasil são contrários às normas de padronização.
*Folhapress