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Presidente do Peru é investigada por suposta lavagem de dinheiro

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Mais suspeitas recaem sobre a presidente do Peru, Dina Boluarte. Nesta terça-feira (28), o Ministério Público do país afirmou que a líder é investigada por supostos crimes de financiamento ilegal de organizações políticas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Trata-se de mais um caso a reforçar a tormenta que tem sido o seu governo até agora. Boluarte está no poder desde o início de dezembro, quando o Congresso destituiu o então presidente, Pedro Castillo, depois que ele tentou fechar o Parlamento, intervir no sistema judicial e governar por decreto em um autogolpe fracassado.

O anúncio da Promotoria acontece dois dias antes de o Congresso, controlado pela direita e atualmente aliado de Boluarte, debater uma moção de destituição da presidente, apresentada pela bancada de esquerda.

A tendência, no entanto, é que a medida não seja aprovada porque exige 52 votos. Atualmente, a ala de esquerda tem apenas 35 cadeiras no Congresso.

O ex-presidente Castillo, de quem Boluarte era vice, e Henry Shimabukuro, ex-conselheiro presidencial de Castillo, também estão sendo investigados no mesmo caso, que remete a supostas contribuições ilícitas durante a campanha eleitoral vencedora do partido Perú Livre, em 2021.

O promotor do caso, Richard Rojas, tomou a decisão depois que Shimabukuro declarou ter provas do envolvimento de Boluarte nas supostas arrecadações ilegais de fundos eleitorais.

Em uma entrevista à emissora Epicentro, o ex-conselheiro afirmou que, durante o segundo turno, financiou quase todos os gastos de campanha da então candidata à vice-presidência por meio da sua empresa, a Kuroshima Ingeniería y Construcción.

Ele diz ter entregue à Justiça áudios, fotografias e diálogos do aplicativo de mensagens WhatsApp com a participação de Boluarte. Na terça, uma suposta fatura dos pagamentos de hospedagem entre os dias 28 e 31 de maio de 2021 começou a circular na imprensa local.

A presidente costuma negar seus vínculos com Shimabukuro, classificando-o de um infiltrado do ex-presidente Castillo, preso desde dezembro pela acusação de rebelião.

Maritza Sánchez, ex-assistente de Boluarte, confirma a existência de vínculos entre os dois envolvidos na suspeita. “Se a senhora [Maritza Sánchez] diz que tem algo estranho, é ela quem tem que demonstrar, não eu. Do meu lado, todo o trabalho foi feito de maneira clara”, respondeu a presidente sobre as acusações.

“As pessoas jurídicas estão proibidas de contribuir, em dinheiro ou em espécie, para as despesas de campanha. É uma fonte proibida pela Lei das Organizações Políticas”, afirmou Ivan Lanegra, secretário-geral da Associação Civil Transparência, pela sua conta no Twitter.

Em janeiro, o Ministério Público do país começou a investigar diversas autoridades, entre elas Boluarte, por supostos crimes de genocídio, homicídio qualificado e lesões graves na repressão aos protestos que tomaram o país desde a destituição de Castillo.

Desde o início das manifestações, 49 civis morreram nos confrontos, assim como sete funcionários das forças de segurança, de acordo com a Defensoria do Povo.

No início do mês, a Justiça do Peru ampliou de 18 para 36 meses a prisão preventiva de Castillo. A decisão recaiu sobre o político no âmbito das acusações segundo as quais ele liderava uma organização criminosa que atuou na estatal Petroperú e nos ministérios de Transporte, Habitação, Construção e Saneamento.

FOLHAPRESS

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